terça-feira, 26 de outubro de 2010

Desmotivação

As pessoas me cansam

As pessoas me motivam

E eu me canso das pessoas,

Dos motivos.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Palavras. Mentes. Frases.

“Palavras perdidas

Atos mal feitos

Línguas mordidas

Sonhos desfeitos

Mentiras feridas

Olhos direitos

Mulheres queridas

Homens sem jeito

Acabam as vidas

Nenhum respeito

Você é oferecida

Eu sou perfeito

Volta sem ida

Caminho estreito

Pessoas poluídas

Cheias de defeitos

Bocas vendidas

Roendo teu peito

Mentes bebidas

Frases de efeito"

domingo, 18 de julho de 2010

Julho

Duas semanas.
Dias anuais.
Conversa, madrugada, viagem
Dois: copa, redentor, arpoador
Segunda!
Três: surpresa, perigo, ilegal
Indiferença!
Cinco: mais do mesmo, pausa.
Hiato!
Seis: energia, expectativa,
Amizade!
Sete: família, encontro, prazer
Destilado!
Três: pipoca, gosto, chuva
Lyptos!
Quatro: ligação, negócios
Grana!
Seis: proposta, possibilidades
Férias!
Sete: verdade, conseqüência, vontade
Azar!
Que quinzena inolvidável!

sábado, 26 de junho de 2010

Sexagenarismo (ou Intensidade II)

Não parece mais necessário. Útil. Daquelas sensações que se tem de viver para dizer estar vivendo. É estranho isso. Não sinto falta. Estou tão protegido de tudo que nada me afeta. Nem o que era para me afetar. Nem o que já me afetou muito. Estou em outro plano. Onde não sofro com problemas aquém de mim. Meu mundo está tão grande. Minha vida, tão forte. Densa. Concreta. Que não me submeto a certos fatos superficiais. Por mais que eles tenham sido profundos outrora. É interessante ver como as perspectivas mudam em tão pouco tempo. Esse amadurecimento (talvez precoce) que tenho vivido amplia as possibilidades. Todas. Vejo, agora, que tenho alguns mundos possíveis, e eu posso escolher em qual habitar. Passar a semana em um. O feriado em outro. Uma noite tenra e intensa num terceiro. Só cabe a mim fazer a escolha. E por que todo esse poder? Porque a vida nos envelhece no mais especial sentido da palavra. E isso basta. Não velho com artroses, sim, velho com sabedoria. Para falar a verdade essa palavra soa tão pesada que quem me ouvir falando assim pode não imaginar que mal cheguei aos vinte e dois. É possível, no entanto, sentir-se experiente e calejado o bastante com pouca idade também. Ainda sou um moleque. Tenho, contudo, uma vida de gente grande. E é bom transitar pelos dois mundos. E ver, principalmente, que tenho muito a analisar sobre a vida. Confesso que o meu maior medo, e talvez o único, é me imaginar com sessenta, pois não imagino o que farei com tanta informação. Tomara que até lá eu consiga desenvolver um software tão potente como àqueles da Macintosh, a fim de não deixar nada sem registro, como tenho conseguido fazer atualmente.

domingo, 20 de junho de 2010

Dicotomias

Gosto do passado. Gosto do gosto que ele me traz. Das lembranças. Dos sorrisos. Das purezas.
Não gosto do passado. Não gosto da dor que ele traz. Dos insucessos. Dos pensamentos.
Gosto do futuro. Gosto de seus anseios. Das incertezas. Dos sucessos.
Gosto do presente. Gosto do prazer que é vive-lo. Do imediatismo. Da intensidade. Do real.
Não gosto quando o passado invade o presente e o deixa sem futuro.
Ou talvez goste, devido a sua total insanidade e improbabilidade.
Gosto é uma questão de vontade.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Intensidade

Qual foi o melhor momento da sua vida?
Um pergunta um tanto pretensiosa, eu diria. Depois de viver um bocado de vida, no entanto, posso afirmar, indubitavelmente, que o melhor momento de toda nossa vida é o agora. Sei que pode parecer piegas, mas se assumimos o que nós somos, o que nós temos e, principalmente, o que fazemos para viver de fato, tudo fica simples. Viver é simplório por demasia. É só, realmente, querer viver. Descobri isso há pouquíssimo tempo, contudo, sempre tive esse pensamento e fazia questão de resistir a ele. Quando aos quinze escrevi : “Acho que sou diferente de tudo e de todos, pois eu não busco pessoas para me fazer feliz, sinto que minha felicidade só depende de mim e que a tal felicidade está em pequenos gestos que me fazem único, independente de números, estatísticas ou míseros pensamentos alheios.” Não tinha noção do rumo que tomaria minha vida. Hoje, percebo que eu estava certo o tempo todo. Pena que não assumi isso antes. A minha felicidade, realização e meu bem-estar, só dependem de mim. Não adianta ficar querendo achar motivos para se dizer feliz. Eu sou feliz e muito, só pelo fato de viver. Tenho a vida que sempre quis. Faço o que eu quiser fazer, no momento em que quiser fazer. Sem ter que pensar em ninguém. Isso é intenso. Não que eu seja egoísta, mas estou vivendo para mim, só para mim, e, no meu ponto de vista, essa é a chave do sucesso. Quando assumo as rédeas da minha vida, fica tudo ridiculamente fácil. Até dói de tanta intensidade. Uma dor gostosa. De arrepiar. Só por saber que cada dia está sendo esgotado em sua capacidade de servir a mim. Nenhum dia passa sem que eu note. Todos são sentidos. São tocados. São, acima de tudo, vividos. E tudo isso, porque assumi a postura de viver as minhas escolhas. Afinal, se não as vivesse estaria morrendo por idiota vontade e prepotência. Então, viva as suas escolhas e verá como o melhor momento da sua vida será constante. A intensidade é a alma da vida.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O fim sempre do começo
Faz normal virar tédio
Real, fantasia
Sem nenhuma explicação.
Tudo evapora
E toma forma em outras gotas
Em outros locais
Pessoas diferentes
Menores
Recebem gotas
Que foram evaporadas.
Já não estão em sua casa
Estão viajando pelo mundo
Sem um destino
Como um mendigo carente
Que se sacia com qualquer migalha
Vive sujo sem se importar
Se puder viver, é muito.
Para, dorme, come, depois corre
Antes da lágrima
Antes do frio
A caminho do verão
Em qualquer outro lugar
Qualquer outro.
Antes do começo do fim
Só para sorrir sozinho
Sozinho da vida
Rir de quem chora por nada
Gargalhar do desafortunado
É só isso que sabe fazer, pois.

FCassiano

sábado, 8 de maio de 2010

O que te faz?

O que te faz feliz?
Não sei,
Nem a mim
Quanto a você.
Tudo diz
O não saber
Sobre isso,
Parece pouco
Dezessete.
Semanas outonais
Em setembro
Assim passa
Fevereiro, junho
Trabalhos tarefas
Compromissos
E nenhum.
De fato,
Diversões
Festas
Fugas
E nenhuma.
Por quê?
Não sei.
Feliz, o que te faz?
Bem,
Também,
Talvez ou sim,
Vai saber
Não sei
O que me faz.
Feliz,
Para que?

FCassiano

Pensa... Dor

De tudo que mais existe
Somente quero a distração
Para que possa ser completo
Sem muitos pensamentos, entos, lentos
Que, como ecos, ecoam em mim.

Todo o mal reside na metafísica
Tudo que o sentimento constrói
O pensamento devora.

Não pensar é a mais pura arte
Lastimo por não ser artista dessa arte
Trocaria todo meu conhecimento
Por um pote de não pensar
Daqueles bem superficiais
Capazes de saciar a fome de um pensador
Pensador. Pensa...Dor.

FCassiano