sábado, 26 de junho de 2010

Sexagenarismo (ou Intensidade II)

Não parece mais necessário. Útil. Daquelas sensações que se tem de viver para dizer estar vivendo. É estranho isso. Não sinto falta. Estou tão protegido de tudo que nada me afeta. Nem o que era para me afetar. Nem o que já me afetou muito. Estou em outro plano. Onde não sofro com problemas aquém de mim. Meu mundo está tão grande. Minha vida, tão forte. Densa. Concreta. Que não me submeto a certos fatos superficiais. Por mais que eles tenham sido profundos outrora. É interessante ver como as perspectivas mudam em tão pouco tempo. Esse amadurecimento (talvez precoce) que tenho vivido amplia as possibilidades. Todas. Vejo, agora, que tenho alguns mundos possíveis, e eu posso escolher em qual habitar. Passar a semana em um. O feriado em outro. Uma noite tenra e intensa num terceiro. Só cabe a mim fazer a escolha. E por que todo esse poder? Porque a vida nos envelhece no mais especial sentido da palavra. E isso basta. Não velho com artroses, sim, velho com sabedoria. Para falar a verdade essa palavra soa tão pesada que quem me ouvir falando assim pode não imaginar que mal cheguei aos vinte e dois. É possível, no entanto, sentir-se experiente e calejado o bastante com pouca idade também. Ainda sou um moleque. Tenho, contudo, uma vida de gente grande. E é bom transitar pelos dois mundos. E ver, principalmente, que tenho muito a analisar sobre a vida. Confesso que o meu maior medo, e talvez o único, é me imaginar com sessenta, pois não imagino o que farei com tanta informação. Tomara que até lá eu consiga desenvolver um software tão potente como àqueles da Macintosh, a fim de não deixar nada sem registro, como tenho conseguido fazer atualmente.

2 comentários:

Liu disse...

já comentei. A gente se saca!

Anônimo disse...

Ñ se preocupe com isso, simplesmente viva, está no caminho certo, ñ permita que nada tire sua paz.
Tenha ua vida tranquila para que assim seja sua passagem (morte).