domingo, 21 de junho de 2009

Banco da praça

Sentado, aqui no banco da praça em que fui outrora tão intenso, faço reflexões sobre a vida. Penso que talvez não fosse a hora certa de assumir tantas responsabilidades. Estou no início da vida e já tenho que ser comparado com grandes mestres, e, claro, sou crucificado por não ter a sabedoria que eles têm. Confesso um pouco de soberba quando quis assumir desafios de gente grande. Mesmo não sendo gente grande. Sou uma pessoa em formação. Porém tenho que transparecer um grande experto naquilo que me propus fazer. Contudo, as pessoas, aos poucos, vão percebendo que sou igual a todos e talvez eu não mereça estar onde estou.
O mundo é muito inseguro. No mesmo instante em que sou confiante estou pequeno. Grande por fora, mas pequeno por dentro. Agora me diga: por que eu fui o escolhido dentre os meus contemporâneos para pular etapas e “jogar com os grandes”?
Sinto às vezes que não sou capaz. Sinto que deveria ficar em uma geladeira por um tempo para aprender e ver se realmente foi pra isso que eu nasci.
Caramba! Eu só queria ser como um cara de vinte anos, sem preocupação de influenciar ninguém e não ter riscos de ser julgado incapaz.
Por que tenho esse sentimento de grandeza? Às vezes é bom ser pequeno e admitir-se como tal. Agora estou assim: pequeno, sentando no mesmo banco em que fui tão normal e mediano. Exatamente como estou me sentindo agora.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ao mestre com carinho

Corra professor e olhe o céu, não importa quais os personagens que pintam esse vazio: nuvem, sol, azul, cinza, montanhas, estrelas, luas. Corra, pois olhar e gostar só de longe não faz ninguém chegar perto. Seu futuro pranto vai molhar todo esse vazio. Sua verdadeira luta é reflorestar desertos. Por isso não perca tempo, corra! Pois já é tempo de mudar a história e restaurar essa imagem esfolada do magistério.

Não é só de críticas ao próximo que se consegue a felicidade. É preciso muito mais que isso. Quem quer vencer tem de ter atitude de vencedor. Não adianta reclamar de seu salário e não fazer nada para melhorá-lo. Temos não o que podemos ter, mas o que queremos ter. Então, vá à luta! Não perca seu precioso tempo buscando motivos para sua profissão não ser valorizada. Valorize-se. Respeite-se. Acredite-se. O futuro começa a partir de você. Se você tem idéias retrógradas, como poderá progredir?

Nunca deixe seus alunos o desanimar. Anime seus alunos. Assim, verá a melhoria em você mesmo. Acredite em cada olho que brilha quando você diz palavras simples. Você tem a capacidade de construir sonhos. Não destrua o sonho de ninguém. Acima de tudo, não deixe que ninguém destrua o seu sonho. Não caia no grande coro que diz que ser professor não vale a pena. Porque se não valer a pena ensinar, então, por que continuar vivendo?

sábado, 21 de março de 2009

Inacabado (como a vida.)

Há dias em que a vida não é vivida, porque os pensamentos não são justos. E há metafísica demais em nossas ações. Os desejos são nebulosos. As palavras contraditórias.
Há dias em que penso na inexistência. Mas logo desisto, afinal ela não existe. Então por que tentar? O nada parece mais significativo, porém é impossível significá-lo.
Há dias em que as poesias são tão intensas. E há dias em que são meras prosas. Mas qual o problema da prosa? Ela subexiste ao belo, mas ainda sim existe, resiste. E a resistência é a voz dos fortes. Aqueles que resistem às imprudências e aos indesejos da vida, para buscar a vida plena(...)