quarta-feira, 16 de julho de 2008

sociedadização

Sinto-me rasgado pelo tempo. Cada dia que passa perco um pouco do que me faz diferente. Torturo-me por conformar com a perda e ignorar minhas capacidades. É ruim não ter com quem dividir incertezas sóbrias. Sinto estar em uma sociedade medíocre que valoriza só o que é normal. Onde nada adianta uma pessoa conhecer outros países se não sabe dirigir. Sim! Eu vivo em uma sociedade em que uma carteira de motorista vale mais que um passaporte carimbado. Claro que uso metáforas. Mas essa sociedade está fadada ao fracasso e à mesmice. E infelizmente estou sociedademizando-me. Estou sendo mais um. Estou perdendo minhas exigências para ser feliz. Aos poucos a droga capitalista me entorpece. O contentamento é constante presença em minha forma.
Aceitar uma colocação mediana em concurso público só porque não estou formado é um pensamento pequeno. O que diferencia o primeiro do centésimo colocado não são as especializações, mas sim a vontade de querer ser o melhor. Todo mundo nasce com a capacidade de ser o melhor. Só que a maioria prefere a sociedade e preteri o conhecimento, a individualidade e a realização.
Tenho medo. Medo de me tornar quem não sou. Volátil. Já que estou exaurindo-me no tempo.

Será que no fim vou dar gargalhada de tudo isso?

Ou vou constatar que mesmo sabendo que o tempo estava mudando não comprei um guarda-chuva?

Um comentário:

Liu disse...

Fiz uma postagem no meu blog com o seguinte desfecho:
"acho que estou me tornando alguém que não quero ser".
O pior de me tornar alguém que não quero ser é deixar de ser alguém que eu amava ser.
Trocar a felicidade pelo contentamento e a realização pela satisfação.


Porque só você me entende.