segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Passividade

De tudo que se vive

Não se quer viver, ou quer.

De tudo que se sabe

Não quer saber, ou quer.

A vida é assim

Existem três vozes:

Ativa, reflexiva e passiva.

Ser ativo é viver

Assumir os riscos

Escolher sempre.

Ser reflexivo é sonhar

Pensar, imaginar

E ficar em seu mundo subjetivo.

E ser passivo?

Ser passivo não é ser nada

É andar sem escolher andar

Não saber escolher o sabor

É viver sem saber por que

Ficar parado,

Sem saber para onde ir,

Ou não querer saber, tanto faz.

Quem se importa?

Se tem uma rima perfeita

Para a palavra infelicidade

Essa é passividade.

Um comentário:

Liu disse...

Você sabe que eu adoro textos assim. quando se pega um conceito de uma palavra, no caso, o sintático de passividade, e o emprega num conceito mais abrangente.

Tenho vivido um momento de transição entre a reflexão e a atividade. Mas vivi bastante tempo na passividade e devo concordar com você quando você a relaciona com a infelicidade. Mesmo porque, quando se é passivo, e algo de bom acontece, você não pode dizer que é merito seu, certo?
Concordo, como sempre, em gênero, número, grau e, desta vez, em voz também.